
A fissura perianal é uma das causas mais comuns de dor anal persistente, afetando significativamente a qualidade de vida e o bem-estar. Embora muitas pessoas hesitem em procurar ajuda médica por vergonha ou constrangimento, trata-se de uma condição que exige atenção clínica cuidadosa.
É estimado que até 20% dos pacientes que procuram atendimento proctológico apresentem fissura anal ou fissura perianal, segundo dados do American Society of Colon and Rectal Surgeons (ASCRS). Apesar de frequente, o diagnóstico ainda é subnotificado, o que contribui para quadros crônicos e de difícil cicatrização.
No artigo de hoje, você entenderá o que é fissura perianal, quais são os seus sintomas, as causas mais frequentes, e como os avanços científicos e as pesquisas clínicas estão abrindo novas perspectivas para quem convive com essa condição.
O que é fissura perianal?
A fissura perianal é uma ferida linear ou oval localizada na mucosa que reveste o canal anal ou a pele ao redor do ânus. Ocorre devido a uma ruptura do tecido, geralmente provocada por evacuação dolorosa ou constipação severa, que gera tensão no esfíncter anal e microlesões.
Embora o termo “fissura anal” seja frequentemente usado como sinônimo, a fissura perianal tende a abranger uma área um pouco maior – afetando também a pele ao redor do ânus (perianal), e não apenas a mucosa interna.
A condição pode ser descrita como uma laceração que causa dor intensa durante e após a evacuação, frequentemente acompanhada de sangramento leve.
A fissura pode ser aguda, quando tem menos de seis semanas e tende a cicatrizar com tratamento clínico, ou crônica, quando persiste além desse período, formando bordas endurecidas e uma pequena prega de pele chamada pápula ou plicoma sentinela.
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Quais são os sintomas da fissura anal?
Os sintomas da fissura anal são marcadamente dolorosos, o que leva muitos pacientes a adiarem a evacuação por medo da dor – agravando ainda mais a dificuldade enfrentada.
O quadro clínico inclui dor aguda durante ou após as evacuações, presença de sangue vivo no papel higiênico ou nas fezes, coceira, irritação e espasmos musculares involuntários.
A dor tende a ser descrita como uma sensação de corte, queimação ou pontada profunda, podendo durar de minutos a horas após a evacuação.
Como saber se é fissura anal ou hemorroida?
Diferenciar fissura anal de hemorroidas é de grande importância, pois ambas podem causar dor e sangramento. Enquanto as hemorroidas são dilatações venosas, as fissuras são feridas lineares na mucosa.
A dor da fissura é aguda e intensa, geralmente durante a evacuação, enquanto a dor hemorroidária costuma ser superficial e é sentida como uma pressão ou coceira persistente. Além disso, as fissuras tendem a causar espasmos e sangramento em filete fino, não volumoso.
Como saber se é uma fissura perianal crônica?
Uma fissura crônica é caracterizada pela persistência dos sintomas por mais de seis semanas. Nesses casos, observa-se o endurecimento das bordas, a exposição de fibras musculares e a presença da pequena pele espessada próxima à lesão.
Segundo o National Institutes of Health (NIH), fissuras crônicas podem estar associadas a hipertonia esfincteriana persistente, o que reduz o fluxo sanguíneo local e impede a cicatrização.
Daí a importância do diagnóstico precoce, pois quanto mais tempo a fissura permanece aberta, maior o risco de infecção local e formação de fístulas secundárias.
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Como é a sensação de uma fissura no reto?
A sensação causada por uma fissura perianal costuma ser descrita com uma qualidade sensorial muito específica: uma dor aguda e localizada, desencadeada pela passagem das fezes e pela movimentação do esfíncter, seguida por uma dor residual que pode durar de minutos a horas.
Além da dor, a presença de sangue vermelho vivo e ardor local são comuns. Esses sintomas têm expressão funcional – evitamento do ato evacuatório, ansiedade, prejuízo das atividades diárias e impacto na intimidade sexual.
Dentre as principais queixas encontradas nos relatos clínicos, nós podemos citar:
- Dor em “facada” durante a evacuação;
- Dor residual por até uma hora ou mais após evacuar;
- Sangramento visível no papel higiênico;
- Sensação de laceração, ardor e coceira perianal;
- Dificuldade de sentar-se e impacto em relações íntimas.
A intensidade desses sintomas pode variar conforme a profundidade da fissura e o tempo de evolução. O diagnóstico precoce é necessário para evitar a progressão da dor e o risco de cronificação.
O que pode causar fissura perianal?
A fissura perianal tem etiologia (o estudo das causas e origens) multifatorial, mas o principal mecanismo desencadeante é o trauma mecânico provocado por fezes endurecidas ou pelo volume excessivo no canal anal.
Esse trauma causa ruptura na mucosa, começando um processo inflamatório e de dor. Se não houver tratamento, o espasmo do esfíncter anal interno e a isquemia local dificultam a cura da ferida.
Outros fatores também contribuem para o surgimento e manutenção da fissura: episódios de diarreia, doenças inflamatórias intestinais, parto vaginal, sexo anal repetido, má alimentação e predisposição anatômica na região anal.
Fatores de risco da fissura perianal
Antes da lista, é importante lembrar que a fisiologia do assoalho pélvico e os hábitos intestinais desempenham uma função central no risco de fissuras. Dentre os principais fatores de risco, podemos citar:
- Constipação crônica e esforço evacuatório.
- Dieta pobre em fibras e baixa ingestão hídrica.
- Diarreia recorrente (irrita e fragiliza mucosa).
- Parto vaginal prolongado/traumático.
- Doença inflamatória intestinal (ex.: Doença de Crohn).
- Sexo anal sem proteção/manipulação local repetida.
Depois da identificação dos fatores, o ajuste de hábitos alimentares e o acompanhamento especializado são fundamentais para evitar recorrências.
Possíveis complicações de fissuras anais
A verdade é que mesmo uma ferida perianal simples, se não for bem tratada, pode evoluir para complicações mais graves. Entre as principais complicações, nós podemos citar:
- Fissura crônica: com espessamento das bordas.
- Formação de fístulas ou abscessos: devido à infecção local.
- Espasmo persistente do esfíncter anal interno.
- Impacto psicológico: ansiedade e medo de evacuar.
Essas complicações podem reduzir severamente a qualidade de vida e dificultar a resposta a tratamentos conservadores, justificando a importância de estudos clínicos e novas abordagens terapêuticas.
Como é o diagnóstico da fissura perianal?
O diagnóstico é predominantemente clínico e realizado por um proctologista. O exame físico geralmente é o bastante, embora a dor possa dificultar consideravelmente a avaliação.
Em casos crônicos, o profissional de saúde responsável pelo seu atendimento pode solicitar uma anuscopia ou endoscopia para descartar as doenças associadas, como Crohn ou infecções anorretais.
Como tratar fissura perianal?
O tratamento para fissura perianal depende da gravidade e também do tempo de evolução da lesão. O objetivo é interromper o ciclo de dor, reduzir o espasmo e promover a cicatrização.
Continue a leitura para conhecer algumas formas de tratamento e descobrir como elas funcionam.
Medicamentos
Antes da lista de medicamentos recomendados para tratar a fissura perianal, é necessário ressaltar que o tratamento medicamentoso é apenas a primeira linha em fissuras agudas.
As principais classes incluem:
- Pomadas tópicas com anestésicos locais: aliviam a dor durante as evacuações;
- Relaxantes esfincterianos tópicos: reduzem a pressão anal e favorecem a cicatrização;
- Laxantes e fibras alimentares: suavizam as fezes e previnem novas lacerações.
Após o uso consistente e orientação médica, muitos casos agudos cicatrizam sem necessidade de cirurgia.
Cirurgia
A cirurgia, conhecida como esfincterotomia lateral interna, é indicada como tratamento em casos crônicos e refratários. No entanto, o medo da incontinência pós-operatória faz com que muitos pacientes busquem opções menos invasivas.
Pesquisas recentes buscam alternativas não cirúrgicas assertivas, especialmente para quem não alcançou os resultados pretendidos com laxantes ou pomadas convencionais.
Pesquisa Clínica
As pesquisas clínicas representam uma etapa de grande importância para o avanço da medicina moderna. De forma ética e altamente regulada, elas são responsáveis por transformar descobertas científicas em tratamentos reais e acessíveis, garantindo que cada nova opção passe por testes rigorosos de eficácia, segurança e qualidade.
No caso da fissura perianal, os estudos clínicos têm desempenhado um papel importante no desenvolvimento de alternativas menos invasivas e mais confortáveis do que as cirurgias tradicionais.
O foco é oferecer alívio da dor, cicatrização verdadeiramente eficiente e preservação completa da função anal, evitando complicações como incontinência ou desconforto prolongado.
O que um estudo clínico pode oferecer?
Participar de uma pesquisa clínica permite ao paciente ter acesso gratuito e supervisionado a terapias inovadoras, acompanhadas por médicos especialistas e equipes multidisciplinares.
Todo o processo segue protocolos internacionais de segurança, com aprovação por comitês de ética e órgãos regulatórios que asseguram o bem-estar e os direitos dos voluntários.
Entre as principais vantagens de integrar um estudo clínico estão:
- Acesso antecipado a tratamentos em avaliação e de última geração ainda não disponíveis no mercado.
- Acompanhamento médico contínuo e gratuito, com exames e consultas incluídos.
- Ambiente supervisionado e monitorado, garantindo segurança em todas as etapas.
- Contribuição direta para o avanço da ciência, ajudando outras pessoas com a mesma condição.
- Apoio psicológico e educacional, promovendo compreensão e tranquilidade sobre a doença.
Essas pesquisas são conduzidas com transparência, consentimento informado e acompanhamento próximo, de modo que o participante tenha clareza sobre todas as etapas e benefícios do estudo.
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Fissura perianal: prevenção e cuidados em casa
A prevenção da fissura perianal é baseada em hábitos intestinais saudáveis, higiene adequada e manejo do estresse. Uma dieta rica em fibras, ingestão adequada de água e prática regular de atividade física reduzem significativamente o risco, pois mantêm o trânsito intestinal equilibrado, sem constipação.
Ademais, o cuidado com o momento da evacuação é de extrema importância: adiar o ato de evacuar ou forçar a saída das fezes aumenta o risco de microfissuras, que podem evoluir para feridas dolorosas e de cicatrização lenta.
O estresse prolongado também pode interferir na motilidade intestinal e favorecer a constipação, criando um ciclo que agrava a saúde anorretal. Cuidar da alimentação, manter rotina de sono adequada e adotar práticas relaxantes fortalecem a prevenção da fissura anal.
Como prevenir fissura anal
Antes de oferecer uma lista, é importante explicar que as pequenas mudanças de rotina geram um impacto expressivo na prevenção. A fissura anal é frequentemente resultado de maus hábitos intestinais e falta de atenção à saúde digestiva, o que torna a condição evitável.
A prevenção também deve incluir a atenção aos sintomas iniciais – como ardor, coceira ou leve desconforto ao evacuar – que podem indicar irritação local. Nesses casos, procurar orientação médica antes que a lesão se agrave é a melhor forma de evitar uma fissura aguda ou o desenvolvimento de uma fissura crônica.
Dentre as medidas preventivas recomendadas, nós podemos listar:
- Aumentar o consumo de fibras (frutas, verduras, cereais integrais);
- Beber 2 litros de água por dia;
- Evitar esforço evacuatório;
- Praticar atividade física regularmente;
- Manter higiene anal delicada.
Esses cuidados ajudam a preservar a integridade da mucosa anal e reduzem o risco de recorrência. Com a adoção consistente desses hábitos, o organismo se ajusta naturalmente, tornando o trânsito intestinal mais suave e reduzindo a pressão exercida sobre o esfíncter durante a evacuação.
Como cuidar da fissura anal em casa?
Mesmo após o diagnóstico, algumas medidas domiciliares auxiliam consideravelmente na recuperação. O cuidado em casa deve ser sempre complementar ao tratamento médico e nunca uma substituição.
O paciente deve se atentar ao conforto térmico e à higiene adequada, pois a região anal é altamente sensível e propensa à irritação. Adotar hábitos simples, como o uso de sabonetes neutros e o controle do tempo sentado, pode melhorar o fluxo sanguíneo local e reduzir a inflamação.
A paciência é uma peça importante: mesmo pequenas fissuras demandam semanas para cicatrizar completamente. Alguns cuidados recomendados são:
- Banhos de assento mornos após evacuar;
- Evitar papel higiênico seco, preferindo lavar o local com água após evacuar ou, não sendo possível, utilizando lenços umedecidos neutros;
- Usar roupas íntimas respiráveis e soltas;
- Beber água regularmente e consumir alimentos ricos em fibras, como frutas e verduras, para manter o bom funcionamento do intestino.
Com disciplina e orientação médica, essas ações ajudam a controlar os sintomas e evitar complicações. É fundamental não interromper o tratamento antes do tempo recomendado e manter o acompanhamento clínico regular, garantindo que a fissura cicatrize de forma adequada e sem deixar sequelas.
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Quando procurar um médico?
A presença de dor intensa, sangramento persistente ou sintomas que duram mais de quatro semanas exige avaliação médica especializada. O diagnóstico precoce é importante para evitar que a fissura se torne crônica e para prevenir a necessidade de procedimentos cirúrgicos.
Ignorar os sinais pode levar à piora da dor, à formação de espasmos no esfíncter anal e até à infecção local, resultando em abscessos ou fístulas. Procurar um coloproctologista garante um plano terapêutico seguro, baseado em evidências e ajustado às necessidades de cada paciente.
Como participar do estudo de fissura perianal?
Participar de um estudo clínico sobre fissura perianal é uma oportunidade de receber acompanhamento médico especializado, com acesso gratuito a terapias inovadoras e suporte constante durante todo o processo.
Os estudos são conduzidos por centros de pesquisa certificados, supervisionados por comitês de ética e autoridade de saúde, garantindo que cada participante seja tratado com respeito, segurança e sigilo absoluto.
Ao participar, você contribui não apenas com o seu próprio bem-estar, mas também com o avanço da ciência, ajudando a desenvolver novas abordagens terapêuticas para pessoas que sofrem com a mesma condição.
Se você sente dor intensa ao evacuar, sangramento, ardor ou medo de se submeter à cirurgia, saiba que há novas possibilidades sendo estudadas neste exato momento – e o seu envolvimento pode fazer parte dessa transformação.
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QUERO ACOMPANHAMENTO ESPECIALIZADO
MAYO CLINIC – Anal Fissure: Symptoms and causes. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/anal-fissure/symptoms-causes/syc-20351424
CLEVELAND CLINIC – Anal Fissures. Disponível em: https://my.clevelandclinic.org/health/diseases/13177-anal-fissures
STATPEARLS / NCBI BOOKSHELF – Anal Fissure (overview / clinical pearls). Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK549867/
PUBMED CENTRAL – GONZALEZ et al., Benign anorectal disease: hemorrhoids, fissures, and fistulas, 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6928486/
AMERICAN SOCIETY OF COLON AND RECTAL SURGEONS (ASCRS) – Anal Fissure: patient information / guidelines. Disponível em: https://fascrs.org/patients/diseases-and-conditions/a-z/anal-fissure