Diabetes: O que é, causas, diagnóstico e tratamento - Synvia
Diabetes
Diabetes

 

Entenda o que caracteriza a diabetes – esta doença tão comum (e que afeta cada vez mais pessoas), quais são os sintomas, o que fazer para evitá-la – e como você pode ajudar a combatê-la.

 

Diabetes é uma daquelas questões de saúde que todo mundo conhece ou já ouviu falar. Talvez algum amigo ou parente próximo conviva com ela. Talvez você mesma(o) esteja com diabetes no momento. O fato é que, cada vez mais, o diabetes faz e fará parte, direta ou indiretamente, da vida de todas as pessoas.

Ao mesmo tempo que é tão comum – atingindo faixas etárias, gêneros, condições sociais e econômicas das mais diversas -, o diabetes ainda é uma doença repleta de ‘mistérios’. Apesar de décadas de pesquisas científicas avançadas, ainda há muitas dúvidas relacionadas à doença, sobre como ela progride e como afeta o organismo – tanto que, ainda, não existe um processo de ‘cura’ definitivo.

Como veremos a seguir, o diabetes afeta o corpo de maneira tão generalizada – e envolve o funcionamento de sistemas tão essenciais à nossa saúde – que estudá-la é algo extremamente complexo, exigindo o trabalho dedicado e conjunto de pesquisadores, médicos e pacientes a fim de compreendê-la melhor!

Vale frisar que, a cada ano que passa, tratamentos mais modernos e eficazes ajudam a administrar de forma prática e eficiente os níveis de açúcar no sangue, mantendo o diabetes sob controle e aumentando a qualidade de vida das pessoas. Hoje, cuidar do diabetes é muito mais fácil do que há poucos anos. Mas ainda há muito o que melhorar.

A seguir, vamos entender em mais detalhes o que é o diabetes – em especial o tipo 2 da doença -, seu impacto no mundo e na saúde de cada pessoa, por que ainda existem tantas dúvidas com relação a essa condição e o que podemos fazer para combatê-la!

 

Direta ou indiretamente, o diabetes impacta todos nós

O diabetes é uma das doenças mais prevalentes no mundo moderno – e o número de afetados só cresce.

Antes de mais nada, é sempre bom saber o ‘tamanho’ da questão que estamos discutindo. No caso do diabetes, é enorme: em 2021, o ‘Atlas do Diabetes’ da International Diabetes Association [1] estimava que 01 a cada 10 adultos (20 – 79 anos) estava com a doença. Desses, ao menos 05 ainda não haviam sido diagnosticados.

Em números: estima-se que mais de 530 milhões de adultos no mundo estejam com diabetes. Até 2030, este valor deve subir para mais de 640 milhões. Em 2045, 780 milhões – neste ponto, 01 a cada 08 adultos conviverá com a doença. Será praticamente impossível uma pessoa não ter um amigo, colega ou parente com diabetes.

Motivos para esse crescimento não faltam: o envelhecimento da população, maus hábitos alimentares, sedentarismo, aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade, urbanização. Para saber como eles impactam direta e indiretamente nossa saúde e as probabilidades do diabetes, vamos entender como essa doença surge e progride.

 

Do que estamos falando quando falamos sobre ‘Diabetes”

Açúcar no sangue, insulina e ‘docinhos’.

Até hoje, é comum ouvirmos eufemismos para o diabetes como ‘docinho’, ‘sangue açucarado’ e similares. Ainda há muita correlação entre o termo ‘diabetes’ e altas quantidades de açúcar no sangue – o que não é incorreto, porém deixa de lado outros pontos importantes para compreender a doença.

Talvez tão importante quanto saber da quantidade de açúcar no sangue é conhecer um nome: insulina. Ela e o diabetes têm tudo a ver.

A insulina é um hormônio naturalmente produzido em nosso pâncreas. Ele é essencial para fornecer energia às células do organismo. Isso porque a insulina é a responsável por permitir que o açúcar presente no sangue entre nas células, sendo então utilizado como fonte de energia. Sem a insulina, o açúcar não consegue, por conta própria, esse acesso às células.

O diabetes ocorre quando o pâncreas não é mais capaz de produzir insulina, ou então quando o corpo não é capaz de utilizar efetivamente a insulina. Como resultado disso, pode-se imaginar, as células ficam sem uma fonte importante de energia. E o açúcar que deveria ‘alimentá-las’ se acumula na corrente sanguínea. Tudo isso causa grandes prejuízos à saúde.

 

Os tipos de Diabetes

O que caracteriza o diabetes tipo 1 e o tipo 2? 

Existem diversos ‘tipos’ conhecidos de diabetes. Em comum, todos eles compartilham esta característica: o funcionamento da insulina no corpo não é o ideal. Vamos entender um pouco melhor como isso ocorre nos casos mais comuns.

 

Diabetes tipo 1

Cerca de 10% dos casos de diabetes são do tipo 1. Normalmente, esses casos são diagnosticados cedo, em crianças, mas podem ocorrer em qualquer idade.

No diabetes tipo 1, o pâncreas ou não produz mais insulina ou então produz uma quantidade muito pequena do hormônio, insuficiente para o bom funcionamento do corpo. Como vimos acima, sem insulina, o açúcar presente no sangue não consegue ‘penetrar’ em nossas células.

Como há ‘falta’ de insulina, quem está com diabetes tipo 1 necessariamente precisa de uma ‘fonte externa’ a fim de manter a saúde. Para tratar a doença, portanto, é necessária a aplicação diária de insulina, injeções que ajudam o corpo a processar o açúcar no sangue e fornecer energia às células.

 

Diabetes tipo 2

Este é o tipo mais comum do diabetes, respondendo por cerca de 90% dos casos. Pode aparecer em qualquer idade, mas é mais comum em adultos. Está muito correlacionado a questões como sobrepeso e obesidade.

No caso do diabetes tipo 2, a insulina já não ‘funciona direito’ no corpo. Ou seja, pode até haver insulina em quantidades aparentemente ‘normais’, porém ela não é mais capaz de retirar açúcar do sangue e passá-lo para as células.

Com o tempo, conforme a doença progride, a quantidade de insulina produzida pelo pâncreas fica cada vez menor, levando a um quadro mais complexo de combater.

 

RESUMO:

DIABETES TIPO 1 = FALTA DE PRODUÇÃO DE INSULINA PELO PÂNCREAS

DIABETES TIPO 2 = INSULINA NO CORPO ‘NÃO FUNCIONA’ DA MANEIRA COMO DEVERIA

 

Além do tipo 1 e do tipo 2, ainda existem outros tipos de diabetes, como o gestacional (um diabetes muitas vezes ‘transitório’, que ocorre durante os meses de gestação), o diabetes LADA e o MODY. De qualquer maneira, o 01 e o 02 são os tipos mais comuns, respondendo por quase 100% dos casos, e são o foco de nossa conversa de hoje.

 

 

Sangue doce: O açúcar que corre em nossas veias

Qual a função do açúcar no sangue? O que está fazendo ali? 

Mencionamos diversas vezes acima o ‘açúcar no sangue’. Mas o que isso significa?

Em todo rótulo de alimento, uma das primeiras linhas que vemos é a quantidade de carboidratos ingeridos por porção. ‘Carboidratos’ é um nome mais ‘elegante’ para açúcares, a fonte primordial de energia para as células do corpo.

Todo carboidrato que ingerimos é convertido em açúcares (especialmente um tipo de açúcar simples chamado de ‘glicose’), que passam para a corrente sanguínea e são distribuídos a todas as células do corpo, sendo utilizados como ‘combustível’ para mantê-las vivas e saudáveis.

Quando o médico fala em ‘níveis de glicose no sangue’, é o mesmo que ‘quantidade de açúcar no sangue’. Ninguém fala em ‘níveis de carboidratos no sangue’ porque ‘carboidratos’ é um termo que reflete uma forma mais complexa, ainda ‘não digerida’, desses açúcares.

O corpo humano regula de maneira detalhada a quantidade de açúcar no sangue. Afinal, precisa ‘garantir’ que o corpo inteiro receba a energia necessária. Além disso, precisa garantir, também, que não exista açúcar ‘sobrando’ no sangue, pois isso pode acarretar diversos problemas graves. Por isso a insulina é tão importante: quando esse hormônio é secretado nos momentos e nas quantidades corretas, ajuda a manter todo o sistema de distribuição de energia funcionando bem.

 

 

Açúcar demais não é legal – Até mesmo no sangue

O que o excesso de açúcar pode provocar no corpo, ao longo do tempo

A associação entre diabetes e açúcar vem de longa data. As primeiras descrições de uma doença com características similares ao diabetes podem ser encontradas em textos egípcios de mais de 3.000 anos atrás [3]. Até poucos anos, o diabetes era também conhecido como ‘diabetes mellitus’ (um termo já em desuso, mas que você ainda pode ler em alguns locais) – esse ‘mellitus’ significa ‘doce como mel’, e foi adicionado ao nome da doença no século 17 por um médico inglês que identificou quantidades altas de açúcar na urina e no sangue de pacientes.

 

Picos de altas quantidades de açúcar no sangue são normais em qualquer pessoa – após uma refeição, por exemplo, a quantidade de açúcar no sangue (ou ‘glicemia’) de todo mundo aumenta, e eis que chega a insulina para ajudar a baixá-la. O problema é quando a insulina não é mais capaz de fazer isso. Glicemia alta, por muito tempo, pode causar sérios problemas à saúde.

Ao longo de anos, a alta quantidade de açúcar no sangue pode gerar danos por todo o corpo, a começar pelos vasos sanguíneos mais delicados. Danos aos nervos e a vasos da retina, por exemplo, são extremamente comuns. Veja abaixo alguns dos problemas que a glicemia alta pode causar com o tempo [4]:

• Infecções na boca, gengivas e dentes • Danos aos nervos (neuropatias)

• Danos aos rins (nefropatia)
    o A insuficiência renal – isto é, quando os rins não conseguem realizar sua função de filtrar o sangue e retirar impurezas – é 10 vezes mais comum em pessoas com diabetes.

• Danos aos vasos sanguíneos da retina (retinopatia diabética)
   o No mundo, 01 em cada 03 pessoas com diabetes terá problemas de visão decorrentes da doença (mas que poderiam ser prevenidos, em muitos casos)

• Doenças cardíacas e vasculares
   o Doenças cardiovasculares (como infarto, AVC, arritmias e hipertensão) são 03x mais comuns em quem está com diabetes (usualmente porque a doença vem acompanhada de outros fatores de risco, como sobrepeso e má alimentação)

• Problemas nos membros, especialmente nos pés, como infecções de pele, úlceras e falta de sensibilidade
   o Você já deve ter ouvido falar de casos de perda de membros inferiores por causa do diabetes. Felizmente, isso é cada vez menos frequente, porém ainda muito prevalente no mundo: a cada 30 segundos, perde-se um membro por decorrência de danos aos nervos causados pelo diabetes (esse número era bem maior algumas décadas atrás!)

• Problemas ósseos e nas articulações.

 

A situação pode ficar bem séria quando a hiperglicemia (que é o excesso de açúcar no sangue) se mantém por muito tempo ou se encontra em níveis extremamente elevados. Uma consequência grave, por exemplo, é a cetoacidose diabética. Nessas situações, o sangue do paciente pode estar repleto de glicose, mas como ela não consegue acessar as células, estas começam a ‘morrer’ por falta de energia. Em ‘desespero’, o organismo passa, então, a quebrar moléculas de gordura acumuladas no corpo, em busca de uma fonte adicional de energia. Essa quebra gera subprodutos tóxicos – conhecidos como corpos cetônicos – que podem se acumular no sangue, acidificando-o e causando problemas gravíssimos, potencialmente fatais [5]. Algumas das consequências da cetoacidose não tratada são hipoglicemia severa, infecções como sepse e pancreatite, e comprometimento cerebral, como edema e até mesmo o coma.

Ou seja, tanto no médio quanto no longo prazo, o organismo precisa estar apto a controlar o quanto de açúcar está presente no sangue e dentro das células, a todo momento.

 

 

Sinais e sintomas do Diabetes

Fique atento(a) aos sinais tanto em você quanto nas pessoas ao seu redor. 

Os problemas que vimos acima, resultados do excesso de açúcar no sangue, só aparecem quando a pessoa convive já há algum tempo com a hiperglicemia. Mas quais seriam os sintomas mais comuns e ‘de curto prazo’ que podem indicar problemas no processamento do açúcar em nosso corpo?

Para o diabetes tipo 2 – o tipo mais comum da doença -, os sinais principais são:

• Sentir muita sede ao longo do dia e da noite, com idas frequentes ao banheiro para urinar

• Mesmo bebendo água, a boca fica seca

• Sensação de cansaço, de falta de energia

• As feridas não cicatrizam tão rápido quanto antes

• Sensações de formigamento nas mãos e nos pés

• Surgem problemas de visão (como a ‘visão embaçada’)

• Infecções de pele tornam-se recorrentes.

 

Antigamente, dizia-se que um dos sinais do diabetes era o ‘xixi doce’, que até mesmo atraía formigas (lembra da história do ‘mellitus’ mencionada acima?). Esse sintoma reflete o fato de que o corpo busca eliminar, pela urina, o excesso de açúcar do sangue. Atualmente, com os avanços em saneamento, é mais difícil notar esse sinal da doença (mas ele ainda pode existir)!

 

Sintomas variam de pessoa para pessoa (os dois primeiros da lista são os mais comuns) e podem aparecer com intensidade variável. Para muitos, é possível conviver anos com sinais de diabetes tipo 2 antes de um diagnóstico ser feito.

Para o diabetes tipo 1, os sintomas são basicamente os mesmos. Todavia, como ele afeta crianças pequenas, é comum os pais perceberem sinais como:

• Perda de peso repentina

• A criança beber muita água e fazer muito xixi

• Fome constante

• Falta de energia

 

Em ambos os casos, a sede constante é uma maneira do corpo tentar eliminar o excesso de açúcar do sangue, ‘mandando-o’ embora junto com a urina.

 

Como saber se estou com Diabetes?

Entenda como é feito o diagnóstico.

Caso os sintomas acima tenham ligado o sinal de alerta para você (ou para alguém que você conhece), como saber se eles estão relacionados ou não ao diabetes?

Felizmente, hoje em dia o diagnóstico da doença é algo simples e barato de se obter, basta visitar um serviço de atendimento médico. Qualquer serviço de saúde, seja ele público ou privado, é capaz de realizar o diagnóstico do diabetes [6]. Mais do que simplesmente medir a glicemia, a equipe de saúde analisará o histórico de saúde e de sintomas do paciente, a f im de compreender as flutuações nos níveis de açúcar no sangue, chegar a um diagnóstico preciso e orientar a pessoa sobre como cuidar melhor da saúde (o que pode incluir orientações acerca da alimentação e de bons hábitos de vida).

E quais são os testes que os médicos utilizam a fim de avaliar a quantidade de açúcar no sangue?

A medição da glicemia de jejum é um exame extremamente comum. A partir da coleta de uma pequeníssima quantidade de sangue, obtida após jejum de pelo menos 08 horas, será avaliada a quantidade de açúcar. Valores entre 70 e 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue são considerados normais. Entre 100 e 125, indicam intolerância à glicose (isto é, a insulina já não está ‘funcionando’ corretamente). Acima disso, podem indicar diabetes.

Um outro exame comum e simples obtido a partir de pequenas quantidades de sangue coletado é o A1c, também conhecido como teste de hemoglobina glicada. O teste recebe este nome porque mede a quantidade de hemoglobinas (as transportadoras de oxigênio no sangue) que estão recobertas por açúcares – ou seja, que estão ‘glicadas’. Quanto maior a quantidade de hemoglobinas glicadas, menor o controle que o corpo possui sobre a glicemia. O teste é capaz de descobrir uma ‘média’ dos valores de glicemia presentes nos últimos 03 meses, sendo uma forma mais sensível de diagnosticar a doença.

Para diagnósticos ainda mais precisos, a equipe de saúde pode pedir um teste de tolerância oral à glicose, em que o paciente, em jejum, bebe um líquido com altas quantidades de açúcar, e ao longo de algumas horas são feitas medições sucessivas da glicemia, que ajudam a entender como o corpo está ‘gerenciando’ as variações da quantidade de açúcar no sangue.

A partir da análise de glicemia do paciente – e levando em consideração fatores de risco para a doença – o médico é capaz de diagnosticar o diabetes e já começar a desenhar um esquema de tratamento adequado.

 

 

Fatores de risco para o Diabetes

Hábitos errados aumentam as chances da doença aparecer. 

Antes de falarmos sobre prevenção e tratamento, vale um alerta. Como vimos acima, existem alguns fatores de risco correlacionados ao diabetes. Esses fatores foram identificados ao longo das últimas décadas por dezenas de estudos científicos, que acompanharam a saúde de centenas de milhares de pessoas durante vários anos.

A partir desses acompanhamentos, identificou-se que havia um risco ampliado de surgir o diabetes tipo 2 em pessoas com as seguintes características:

• Estar acima do peso (especialmente se a pessoa ficar acima do peso durante muitos anos)

• Ter pressão alta

• Ser sedentário

• Ter maus hábitos alimentares

• Ter histórico familiar de pessoas com diabetes

• Ter idade avançada

Quem se encaixa e um ou mais dos fatores acima deve conversar com seu médico sobre a possibilidade de desenvolver diabetes e começar a adotar, o quanto antes, medidas preventivas (há várias que podem ser seguidas, como veremos!). Para ajudar nessa avaliação, o website da campanha ‘Dia Mundial do Diabetes’ possui uma ‘calculadora de risco’, que ajuda a determinar a probabilidade da doença aparecer nos próximos 10 anos [7].

 

Fatores de risco para o Diabetes

Décadas de estudo apontam caminhos para um futuro protegido do diabetes. 

Se estivermos falando do diabetes tipo 2, sim, é possível preveni-lo! Como esse tipo da doença está fortemente associado ao estilo de vida de uma pessoa, ao adotar bons hábitos é possível reduzir os riscos da doença surgir. As boas notícias não param por aí: mesmo que a pessoa já tenha sido diagnosticada com diabetes tipo 2, adotar hábitos saudáveis pode ajudar a controlar melhor os sintomas da doença, levando até mesmo à redução do uso de medicamentos e a uma glicemia mais constante.

Nas últimas décadas, estudos científicos de grande porte realizados em todo o mundo – dos EUA ao Japão – mostraram que seguir algumas orientações de saúde resultava em grandes efeitos protetores contra o diabetes. São os principais:

• Ter uma dieta balanceada: isso significa saber o que você está comendo, conhecer bem os ingredientes e optar, sempre que possível, por alimentos naturais. Cuidar da alimentação significa limitar a quantidade de açúcares, sal e gordura ingeridos. Tomar cuidado com alimentos industrializados (que usualmente contêm quantidades elevadas desses nutrientes), sejam eles bebidas ou comidas. Sempre ter vegetais em seu prato. Buscar comer frutas todos os dias. Optar por alimentos integrais, ricos em fibras. Evitar ‘exageros’ no consumo de gorduras saturadas, carne vermelha, carnes processadas (como embutidos) e álcool. Preferir métodos de preparação de alimentos mais saudáveis, como cozinhar e assar, ao invés de fritar. Com moderação, é possível se alimentar muito bem e evitar problemas de saúde imediatos e no futuro.

• Manter-se ativo ao longo da vida: praticar atividades físicas é ótimo em qualquer faixa etária. Porém, quanto mais se envelhece, mais é necessário manter o corpo em atividade – o que é bom para a saúde como um todo, inclusive a mental. Qualquer quantidade de exercício já é melhor do que ficar sentado, mas o ideal é se exercitar ao menos 03 dias na semana, por um período de 30 a 45 minutos. Atividades que façam o coração bater mais rápido (como caminhadas ‘velozes’ ou em subidas, por exemplo) são bastante eficientes. Ainda mais eficiente é a musculação – a ‘construção de músculos’ comprovadamente aumenta a sensibilidade do corpo à ação da insulina, ajuda a perder peso e previne a perda de massa muscular, bastante comum em quem está com diabetes.

• Mantenha o peso sob controle: quanto mais anos uma pessoa passa com sobrepeso ou obesidade, maiores os riscos de ela desenvolver o diabetes tipo 2. Manter o peso sob controle é algo que precisa ser seguido ao longo de toda a vida. O interessante é que mesmo uma pessoa diagnosticada com diabetes, caso perca uma quantidade considerável de peso, pode melhor tanto a capacidade do corpo de lidar com a insulina que até mesmo o tratamento para a doença fica mais fácil! Quanto mais peso se perde, menores os riscos (e as consequências) da doença.

 

Hora de tratar: Como o Diabetes tipo 2 é cuidado?

Quais são as estratégias médicas para manter a glicemia sob controle? 

Os três fatores acima são os mais relevantes e essenciais quando o assunto é prevenção. Porém, eles são, também, importantíssimos caso a pessoa já tenha sido diagnosticada com diabetes tipo 2.

Durante o tratamento do diabetes, seguir uma boa alimentação, praticar atividades físicas e manter o peso em níveis adequados ajudam – e muito! – o corpo a lidar com a glicemia, potencializam os efeitos dos medicamentos, reduzem sintomas da doença e melhoram substancialmente a qualidade de vida. Outro ponto importante é parar completamente de fumar, caso este seja um hábito do paciente.

Dependendo do grau de severidade da doença e de características individuais de saúde do paciente, o médico poderá optar por uma dentre diversas estratégias terapêuticas para cuidar do diabetes tipo 2.

 

Alimentação balanceada, menos risco de diabetes tipo 2.

 

Os medicamentos orais revolucionaram a maneira de tratar o diabetes

No geral, inicia-se o tratamento com medicamentos orais, que auxiliam no controle da glicemia. Os mais comuns são a metformina (um medicamento extremamente seguro e que ajuda o corpo a utilizar melhor a insulina que ainda produz) e as sulfonilureias (como a glipizida, a glimepirida, a gliclazida e a glibenclamida), que estimulam o pâncreas a produzir mais insulina. Mais recentemente, começaram a ser utilizados os inibidores da SGLT2 (como a dapagliflozina e a canagliflozina), medicamentos que aumentam a quantidade de açúcar eliminado pela urina (o que ajuda a baixar os níveis de açúcar no sangue e a pressão sanguínea). Esses medicamentos podem ser receitados individualmente ou em combinação.

Todos esses medicamentos são resultado de inovações tecnológicas na área médica e de décadas de pesquisas, realizadas em todo o mundo. No geral, atuam de forma bastante direcionada ao tratamento do diabetes, pouco afetando outras partes do corpo. Por isso, são seguros e eficientes, desde que seguidos conforme as orientações médicas. É importante lembrar que o diabetes ainda não tem cura – isto é, não é possível fazer o corpo ‘voltar a produzir insulina’ ou utilizá-la de forma ‘otimizada’ –, por isso é necessário manter o uso desses ‘ajudantes da boa glicemia’ ao longo de toda a vida.

Pode não parecer o ideal – bom mesmo seria ter 01 remédio que curasse de uma vez a doença, não é mesmo? –, mas lembre-se que o diabetes é extremamente complexo e envolve não apenas um órgão ou estrutura do corpo, mas sim o organismo inteiro. Seguir os tratamentos modernos vale a pena: pacientes que aderem às orientações médicas podem ganhar muitos anos de vida, ter menos efeitos colaterais e evitar as consequências de uma glicemia mal controlada (como vimos acima).

Falando em efeitos colaterais, os medicamentos orais antidiabéticos podem, em alguns casos, causar alguns desconfortos (como náuseas ou diarreia), especialmente no início do tratamento. Mas isso não é motivo para deixar de utilizá-los! Converse com seu médico, relate esses sintomas. Eles são contornáveis e temporários.

Hoje em dia, os tratamentos estão tão bons e eficientes que não é incomum uma melhora bastante rápida nos níveis de glicemia (e na saúde geral) pouco após o início do uso de medicamentos orais! Lembre-se, todavia, que o diabetes é uma doença de ‘flutuações’: a glicemia sobe e desce ao longo do dia em todas as pessoas. O importante é ter o longo prazo em mente. Tratamentos ‘milagrosos’ ou que não são baseados em medicamentos podem até melhorar a glicemia no curtíssimo prazo, porém são ‘fogo de palha’ e qualquer efeito benéfico passa rapidamente.

Caso o controle da glicemia não seja aprimorado apenas com os medicamentos orais, pode-se partir para tratamentos que incluam injeções diárias de insulina (assim como ocorre nos casos de diabetes tipo 1), combinadas ou não com as medicações tradicionais. Opções é que não faltam para um bom controle da doença.

 

 

Convivendo com o Diabetes tipo 2

Nem sempre é fácil, mas hoje em dia é possível levar uma vida normal mesmo com o diabetes. 

Se você acompanhou nossa jornada de conhecimento sobre o diabetes, deve ter percebido 02 pontos importantes: primeiro, que o diabetes é uma doença que afeta o organismo como um todo, ‘de cima à baixo’; segundo, que hoje em dia já sabemos bastante sobre a doença, o que permite indicar caminhos para preveni-la e seguir tratamentos que ajudam a combatê-la.

Pessoas que seguem os tratamentos médicos com exatidão podem conviver perfeitamente bem com o diabetes, tendo uma altíssima qualidade de vida e prognósticos de saúde praticamente iguais aos de pessoas que não têm a doença. O diabetes, hoje, não impede que a pessoa tenha um futuro saudável.

Todavia, é fato também que cuidar bem da doença pode ser complicado. Nem sempre os tratamentos são simples ou baratos. Manter a glicemia sob controle pode ser extremamente desafiador para algumas pessoas. Para outras, abdicar de décadas de maus hábitos de vida torna-se uma tarefa complicadíssima, assim como adotar novos hábitos. Porém, é preciso manter, sempre, a saúde em primeiro lugar. Vale a pena. Cada esforço no sentido de seguir os tratamentos médicos, fortalecer o corpo e ajudá-lo a lidar melhor com a insulina, a glicose e a glicemia é positivo, garantindo frutos imediatos e para o futuro.

 

 

Oportunidade de ampliar a compreensão sobre o Diabetes

Que tal ajudar cientistas e pesquisadores a compreender melhor como a doença funciona? 

Em vista de todas as complexidades envolvidas com o diabetes tipo 2, ainda há muito o que se descobrir sobre como ele funciona, quais os impactos no organismo, como os efeitos de medicamentos conhecidos podem ser potencializados, como novos medicamentos podem ser testados, como a doença pode ser, finalmente, curada. E você pode fazer parte de uma iniciativa neste sentido – sem precisar ser cientista ou pesquisador(a)!

A Synvia Clinical está conduzindo uma pesquisa clínica específica para pacientes com diabetes tipo 2. Esse tipo de estudo avalia o quão eficaz e seguro é um medicamento, um tratamento, um método diagnóstico ou um equipamento de saúde capaz de combater uma doença. As pesquisas clínicas são a parte ‘prática’ de anos e anos de desenvolvimento, inovação e estudos em laboratórios. Nos estudos clínicos, estratégias inovadoras são testadas em ‘casos reais’, e os resultados são monitorados de pertinho, para que os pesquisadores possam avaliar novas ideias e buscar soluções para os problemas de saúde mais complexos.

Se você tem diabetes e deseja participar de um estudo que poderá contribuir para avanços no tratamento desta condição, entre em contato conosco! Além de ajudar os pesquisadores a compreender em profundidade uma das doenças mais impactantes do mundo moderno, você poderá entender melhor como está a sua saúde e como seu corpo responde aos tratamentos. Os voluntários terão acesso, de forma completamente gratuita, a atendimento médico realizado por uma equipe multidisciplinar, a medicamentos e a exames periódicos, incluindo explicações detalhadas sobre a saúde.

Já pensou poder atuar ativamente na melhora da qualidade de vida de milhões de pessoas que convivem com o diabetes – e, de quebra, ainda acompanhar mais de perto a sua própria saúde?

Fale conosco através do nosso WhatsApp Oficial.

 

Para saber mais (Referências):

[1] https://diabetesatlas.org/atlas/tenth-edition/

[2] Mergenthaler P, Lindauer U, Dienel GA, Meisel A. Sugar for the brain: the role of glucose in physiological and pathological brain function. Trends Neurosci. 2013 Oct;36(10):587-97. doi: 10.1016/j.tins.2013.07.001. Epub 2013 Aug 20. PMID: 23968694; PMCID: PMC3900881.

[3] Ahmed AM. History of diabetes mellitus. Saudi Med J. 2002 Apr;23(4):373-8. PMID: 11953758.

[4] https://idf.org/about-diabetes/diabetes-complications/

[5] Ana Teresa Santomauro, Augusto Cezar Santomauro Jr, Aline Bodart Pessanha, Roberto Abrão Raduan, Emerson Cestari Marino, Rodrigo Nunes Lamounier. Diagnóstico e tratamento da Cetoacidose Diabética. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023). DOI: 10.29327/5238993.2023-6, ISBN: 978-85-5722-906-8.

[6] American Diabetes Association Professional Practice Committee. Standards of medical care in diabetes—2022. Diabetes Care. 2022;45(suppl 1):1–16.7

[7] https://worlddiabetesday.org/type-2-diabetes-risk-assessment/po/